LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO MÉDIO PROFESSORA LUZA MAI Língua Portuguesa

quinta-feira, 1 de abril de 2021

REVISÃO DE CONTEÚDOS: LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL


  • LINGUAGEM VERBAL 
  • LINGUAGEM NÃO VERBAL
  • SIGNOS LINGUÍSTICOS
  • SIGNOS VISUAIS




Signo, Ícone, Índice e Símbolo

O SIGNO

Um signo intenta representar pelo menos em parte um objeto (referente). O objeto é a causa e o determinante do signo que é sempre:
* parcial, incompleto, quer representar o objeto, mas não é o objeto.
É algo que está por outra coisa.
É uma coisa que representa uma outra coisa.
Exemplo seu objeto (mas mão é o objeto). O signo está no lugar do objeto

EXEMPLO:
Objeto: casa
- SIGNOS VISUAIS do objeto casa: Fotografia da casa, planta baixa, desenho da casa, pintura etc...
- SIGNO LINGUÍSTICO do objeto casa: é a palavra "casa".


ÍCONE (É um signo visual na maioria das vezes)

Signo que representa o objeto por similaridade (semelhança), possui as mesmas características que o objeto. Mantém o significado mesmo que o objeto desapareça.
É um signo revelador.
Revelação da coisa na coisa, é como um eco do objeto.

Exemplos de ícones:
* Um quadro abstrato (cheio de qualidades: cores, luminosidade, texturas, volumes)
* A escultura de um homem
* Desenho de uma mulher
*Uma fotografia de uma paisagem
* A metáfora verbal (por analogia, comparação) é ícone. Ela é "uma flor" (ícone linguístico de tudo o que pode representar uma flor: bela, delicada, suave, etc.)


ÍNDICE

É um signo que FUNCIONA INDICANDO UMA OUTRA COISA COM A QUAL ESTÁ LIGADO (NÃO POR SEMELHANÇA, MAS POR CONTIGUIDADE (PROXIMIDADE). É como uma marca..

Exemplos:
* Um dedo apontando alguma coisa
Uma batida na porta
* Fumaça (indica fogo, alguém fumando, etc. )
* Um cata-vento (indica a direção do vento),
* Um relâmpago violento...

SÍMBOLO

Proposta artificial. Signo por convenção, lei.
Tem caráter arbitrário. É signo mental. O símbolo está no campo da Terceiridade que refere- se à mente, ao pensamento, isto é, à razão.
Não tem relação com a coisa representada.
Tem um índice como parte dele e um ícone também.
símbolo se refere ao objeto denotado por associação de ideias produzidas por uma convenção.

Exemplos:
* A cor verde como símbolo da esperança
* A cor vermelha significando paixão
* A pomba como símbolo da paz
* Placas de trânsito (também se constituem de signos: ícones, ou índices, ou palavras, que no conjunto têm um único sentido).

PRODUÇÃO TEXTUAL

Produza um texto para a situação comunicativa (situação de enunciação), observando os elementos do processo de comunicação.

Assunto: o sucesso da festa junina da escola

Código: a língua portuguesa

Canal (meio utilizado): jornal da escola

Ambiente: informal

Participantes: de um aluno da escola para os leitores do jornal (alunos, professores, pais, etc.)

                          

(O texto deve ser a própria matéria do jornal)

VÍDEO 2 - MUDANÇAS EVIDENCIADAS NA LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DO TEMPO...


quarta-feira, 17 de março de 2021

PARTE 1 - LINGUAGEM - SOCIALIZAÇÃO E ENUNCIAÇÃO


Observe na tira abaixo os recursos utilizados pelo cachorro e pelo papagaio para se comunicar.



O cachorro rosna, mostra os dentes e altera seu olhar; o papagaio, que imita sons, reproduz palavras que ouve das pessoas com quem convive. Até aqui tudo muito convencional. Porém, no último quadrinho, construindo o humor da tira, o papagaio, diante da ameaça do cachorro, é capaz de, racionalmente, criar uma frase de acordo com a sua necessidade, assumindo uma característica  que é exclusiva do ser humano: produzir enunciado. Daí a sensação de estranhamento que toma conta de Hagar e de quem lê a tira.

LINGUAGEM E SOCIALIZAÇÃO

"Somente o homem é um animal político, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. A linguagem permite ao homem exprimir-se é isso que torna possível a vida social", disse Aristóteles (384-322 a.C).

O filósofo define o homem como político no sentido do vocábulo grego polítikós, ou seja, cidadão, aquele que é capaz de viver na polis (cidade), em sociedade.
A linguagem animal, constituída pela emissão de sons e comportamentos determinados, permite e garante a sobrevivência e a perpetuação das espécies. Há porém, uma diferença entre a linguagem animal e a linguagem humana. Enquanto a primeira é estática e condicionada, não consciente, a segunda é fruto do raciocínio, e a expressão por meio dela é consciente e intencional, não meramente instintiva. E mais, a linguagem humana é dinâmica e criativa.

Linguagem humana pode ser definida, num primeiro momento, como todo sistema que, por meio da organização de sinais, permite a expressão ou a representação de ideias, desejos, sentimentos, emoções. Essa representação possibilita leitura, o que concretiza a dinâmica da interação, da comunicação e, consequentemente, da socialização. Num segundo momento, podemos defini-la como a capacidade inerente ao homem de aprender uma língua e de fazer uso dela.

LINGUAGEM VERBAL E LINGUAGEM NÃO VERBAL



* Quando falei que o material produzido no vídeo é um texto em um suporte diferente dos que estamos acostumados, como nos livros, revistas, jornais, e em seguida falei "Tablet", foi porque, naquele momento, lembrei dos "e-books" , os famosos livros digitais,  que são lidos em tablet, computadores e até nos celulares.


É fato que nos comunicamos através de textos e estes textos estão sendo produzidos por nós a todo momento e outros fazem parte da nossa rotina diária, sem nos darmos conta disto!
Vejamos este vídeo do Curso "A Magia da Poesia" que trata sobre este tema...


Linguagem Emoji / Emoticons - Nova forma de comunicação a jato


https://www.youtube.com/watch?v=aotIWsVdCF4




Alguns conceitos básicos para este conteúdo:
  • Linguagem não verbal: aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra
  • Signo: provém do termo latim "signum". Trata-se de um objeto, fenômeno ou ação material que, por natureza ou por convenção, representa ou substitui outro. É algo que representa algo, é um sinal.
  • signos visuais: são componentes básicos dos códigos, que possibilitam a expressão de uma ideia, substituindo determinados objetos. Assim são signos visuais o sinal vermelho do semáforo indicando "pare"; o polegar erguido de uma mão fechada indicando "sim", "ok". 

         Segundo a relação com o objeto a que se refere, o signo visual pode assumir diferentes representações do real. Destacamos três:

  1. Ícone: signo que apresenta relação de semelhança ou analogia com o objeto a que se refere (é metafórico). São ícones a fotografia, o diagrama, a planta de uma casa, etc.
      Na barra de ferramentas de programas de computador, encontramos atalhos para algumas funções em forma de ícones: o desenho de uma impressora para a função de imprimir, a interrogação para a função de ajuda, etc.

        2. Índice: signo que mantém uma relação natural causal, ou de contiguidade física, com o objeto a que se refere (é metonímico). São índices a fumaça, que indica a presença do fogo; a nuvem negra no céu, indicando chuva; uma pegada indicando a passagem de alguém; a posição do cata-vento, que indica a direção do vento, etc.


       3. Símbolo: signo que se fundamenta numa convenção social e que, por isso, mantém uma relação convencional com o objeto a que se refere; é arbitrário, é imotivado. São símbolos o signo linguístico, a pomba branca (representando a paz), a cor vermelha (representando o perigo), a aureola representando a santidade, a inocência).


  • Linguagem verbal: aquela que utiliza a língua (falada ou escrita)
  • Os signos linguísticos: eles são os responsáveis pela representação das ideias. Eles são as próprias palavras, que por meio da produção oral ou escrita, associamos a determinados objetos e/ou ideias. São sons, ou sequências de sons - ou as suas correspondências gráficas. Portanto os signos linguísticos apresentam dois componentes: uma parte material, concreta (o som ou as letras), que denominamos SIGNIFICANTE; outra abstrata, conceitual (a ideia), que denominamos SIGNIFICADO.

SIGNO LINGUÍSTICO
SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO



Significante: sequência sonora:/elefãti/ (ou representação gráfica: elefante).
Significado (conceito): Elefante é o termo genérico e popular pelo qual são denominados os membros da família Elephantidae, um grupo de mamíferos proboscídeos elefantídeos, de grande porte, do qual há três espécies no mundo atual, duas africanas e uma asiática. (Wikipédia)

A palavra "elefante" nos traz a ideia de "mamífero de grande porte da espécie dos proboscídeos elefantídeos, geralmente de cor acinzentada ou marrom avermelhada".Porém, tal ligação entre representação (significante) e ideia (significado) é totalmente arbitrária, ou seja, não há nada que indique que deve haver uma relação entre elas. Mas é uma convenção, senão não saberíamos a que a palavra elefante faz referência; isso significa que a significação tem de ser obrigatoriamente comum à comunidade que faz uso de um mesmo código ou língua, para que a mensagem produzida possa ser entendida.

Outro fato importante é que a palavra elefante não é o elefante... é somente a representação, mas quando a dizemos ou lemos, automaticamente, nos vem a ideia ou a imagem do mamífero conhecido como elefante.

O signo linguístico, isoladamente, não tem outra finalidade a não ser representar alguma coisa e, por isso dizemos que a palavra isolada é neutra. No entanto, por diversas associações, um mesmo signo linguístico pode assumir diferentes significados:

  • O elefante é um mamífero. / animal mamífero proboscídeo elefantídeo de grande porte
  • Este cão parece um elefante./ cão grande ou muito gordo
É o arranjo desta palavra, sua articulação e combinação num enunciado textual (falado ou escrito), que concretiza e exterioriza uma ideia e faz com que ela assuma este ou aquele sentido.


LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA



LINGUAGEM  é o meio utilizado pelo homem para expressar suas impressões - representar coisas, seres, ideias - dentre elas a linguagem verbal.
- LÍNGUA é um sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam permitindo que expressemos uma ideia, uma emoção, uma ordem, um apelo, enfim, um enunciado de sentido completo  que estabelece comunicação. Essas palavras e essas regras são comuns a todos os membros de uma determinada sociedade. Isso significa que a língua pertence a toda uma comunidade, como é o caso da língua que você fala a língua portuguesa.
- FALA é o produto do indivíduo fazendo o uso da língua. Quando ele faz esse uso, realiza um ato de fala. A fala é um ato individual e depende de várias circunstâncias...
  • do que vai ser falado e de que forma
  • da intencionalidade 
  • do contexto de quem fala e para quem se está falando
...porém o falante vai utilizar um código convencional, instituído antes de ele nascer, ou seja, a criatividade de seu uso individual está limitada á estrutura da língua e as possibilidades que ela oferece.


* sistema: conjunto de elementos, concretos ou abstratos, intelectualmente organizados. 
* sistemático: conjunto de elementos classificados e organizados entre si segundo um ou mais critérios.
* assistemático: que não tem sistema; que não segue sistema; casual, eventual, desorganizado. 


GRAMÁTICA NATURAL E GRAMÁTICA NORMATIVA

     Os falantes de uma língua adquirem natural e gradativamente o conhecimento necessário para usar a língua da comunidade a que pertencem, cuja estrutura já tem, predeterminados convencionalmente, os signos linguísticos e as possibilidades de combinação entre eles, o que permite a comunicação. À a soma dos conhecimentos linguísticos de uma língua denominamos GRAMÁTICA.
    Por termos conhecimento da gramática da língua, conseguimos associar uma sequência de sons  um conceito, formando palavras, ou construir frases, escolhendo as palavras e a ordem adequada dessas palavras no enunciado para nos comunicar. Trata-se, pois, de uma gramática natural da língua que permite entender enunciados e fazer-nos entender através deles.
    É daí que surge o conceito de gramaticalidade e agramaticalidade, isto é, se um determinado uso da língua obedece  às regras gerais e internas dela ou não:




 A gramática natural não deve ser confundida com as gramáticas que tentam, de forma sistematizada, registrar descrever e/ou prescrever os fenômenos gramaticais. Do mesmo modo, não se deve confundir o conjunto de regras gerais e internas da língua com o conjunto de regras utilizadas pela gramática normativa.

A gramática normativa tenta estabelecer um determinado uso da língua, chamado de uso culto ou norma culta, norma padrão. Trata-se, portanto, de um conjunto de regras que impõe um padrão de linguagem a ser seguido pelos falantes por ter prestígio social. No entanto, nem sempre coincide com a gramática natural:


  • PS: O conhecimento da variante considerada de prestígio é importante porque ela, convencionalmente, é empregada e exigida em diversas situações de natureza social (entrevista de trabalho, pedido a uma autoridade pública, trabalho acadêmico, etc.).


AS PRIMEIRAS GRAMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA


Grammatica da lingoagem portuguesa,
de Fernão de Oliveira.
Grammatica da lingua portuguesa, de João de Barros
                                                 
       A primeira gramática da língua portuguesa foi publicada em 1536 por Fernão de Oliveira. A obra apresentava cinqüenta capítulos, que abordavam desde a história da linguagem até noções de sintaxe, com destaque para os aspectos sonoros; seu conceito de gramática era clássico: “a arte de falar e escrever corretamente”. Em 1540, surgiu a gramática de João de Barros, cronista e historiador da expansão lusa. As duas primeiras gramáticas da língua portuguesa seguiam uma mesma filosofia humanista: a exaltação da língua portuguesa, tida como a mais próxima dos padrões latinos. Daí a latinização sintática e léxica dos textos literários do século XVI.

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ATIVIDADES - 1

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 1 A 5



DEVIA SER PROIBIDO

       Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira. Certa manhã, ao deixar o metrô por engano numa estação azul igual à dela, com um nome semelhante à estação da casa dela, telefonei da rua e disse: aí estou chegando quase. Desconfiei na mesma hora que tinha falado besteira, porque a professora me pediu para repetir a sentença. Aí estou chegando quase... Havia provavelmente algum problema com a palavra quase. Só que, em vez de apontar o erro, ela me fez repeti-lo, repeti-lo, repeti-lo, depois caiu numa gargalhada que me levou a bater o fone. Ao me ver à sua porta teve novo acesso, e quanto mais prendia o riso na boca, mais se sacudia de rir com o corpo inteiro. Disse enfim ter entendido que eu chegaria pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha, depois um joelho, e a piada nem tinha essa graça toda. Tanto é verdade que em seguida Kriska ficou meio triste e, sem saber pedir desculpas, roçou com a ponta dos dedos meus lábios trêmulos. Hoje porém posso dizer que falo o húngaro com perfeição, ou quase. Quando de noite começo a murmurar sozinho, a suspeita de um ligeiríssimo sotaque aqui e ali muito me aflige. Nos ambientes que frequento, onde discorro em voz alta sobre temas nacionais, emprego verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento estranho seria desastroso. Para tirar a cisma só posso recorrer a Kriska, que tampouco é muito confiável; a fim de me segurar ali comendo em sua mão, como talvez deseje, sempre me negará a última migalha.

(Chico Buarque, Budapeste, p. 5-6)

  1. Considerando os conceitos comentados sobre  gramática natural e normativa, classifique o enunciado "Aí estou chegando quase..." como gramatical, agramatical, certo ou errado. Justifique sua resposta.
  2. Releia o trecho: "Nos ambientes que frequento, onde discorro em voz alta sobre temas nacionais, emprego verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento estranho seria desastroso".
          a) A que tipo de correção se refere o narrador?
          b) Por que seria desastroso um súbito acento?

      3. O que permite à professora criar uma "piada"?

   4. Em certa passagem,o narrador emprega um recurso linguístico para passar a noção de intensificação. Aponte-o.

      5. O narrador emprega, ao longo do texto transcrito, fundamentalmente, dois tempos verbais. Quais são ? Justifique o emprego deles.


TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 6 A 9





  6. Que tipo de linguagem é empregada na carta enigmática?

  7. A carta enigmática trabalha com um código secreto? Justifique.

  8. Que tipo de signos são empregados na carta para a representação das ideias?

  9. Utilizando apenas a linguagem verbal, responda: O que está escrito na carta?


RESPOSTAS
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LINGUAGEM E ENUNCIAÇÃO

A linguagem é fundamental na socialização do homem. Mas como essa linguagem se realiza?

É na ENUNCIAÇÃO, isto é, na situação real de comunicação. A enunciação engloba o processo de comunicação como um todo, abrangendo diversos elementos que o condicionam e o modificam:




Daí podemos concluir que a enunciação é uma complexa interação de diversos fatores.
Vamos trabalhar dois conceitos que vão nos acompanhar ao longo deste conteúdo:
  • ENUNCIADO
  • FRASE
- São sinônimos?
- Há diferença entre eles?

Como falamos acima, o enunciado é o resultado de um processo comunicativo efetivo, condicionado por diversos elementos.

Já a frase é o resultado de uma combinação possível e de sentido completo, numa determinada língua, mas não contextualizada.

"(...) tem-se reservado o termo frase (= sentença) para a unidade formal do sistema da língua, estrturada de acordo com os princípios da gramática, passível de um número de realizações; e o termo enunciado, para a manifestação concreta de uma frase, em situação de interlocução."                     KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2001                  






 Variantes Linguísticas, Dialetos e Registros


OBJETIVOS:   
  • Relacionar LÍNGUA  e CULTURA;
  • Identificar principais DIALETOS do Português;
  • Identificar principais REGISTROS do Português.
DESENVOLVIMENTO

- Apresentação do curta metragem "Negócio Fechado"

ASSISTA AO CURTA METRAGEM "NEGÓCIO FECHADO"



Sinopse:
Dois compadres se encontram para um negócio de compra e venda de gado. O interessado em comprar enche de defeitos os animais; o que está vendendo, naturalmente, elogia. Mas além da qualidade dos produtos, eles precisam também discutir o preço...
Direção:
Rodrigo Costa
Tipo:
Ficção
Formato:
35mm
Ano Produção:
2001
Origem:
Brasil (MG)
Cor / PB:
cor
Duração:
15 min.
Elenco:
Roteiro:
Fotografia:
Direção de Arte:
Som:
Música:
Montagem:
Produção:



RESPONDA:

1) Onde você acha que se passa o filme (local, região)?
2) Caracterize os personagens do filme (física e psicologicamente).
3) Na sua opinião porque o fazendeiro não quis fechar o negócio com o segundo comprador?
4) Comente sobre alguns costumes  dos moradores da fazenda?
5) Qual o tipo de linguagem utilizada pelos personagens do filme?


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DIALETOS E REGISTROS


As incontáveis possibilidades de uso que qualquer língua oferece à comunidade que a usa são a melhor prova de que ela é um sistema, sim, mas aberto e em construção.

Na realidade, a língua apresenta certas regularidades que todo falante deve seguir,

sob pena de não criar um enunciado reconhecido como da língua e de não ser compreendido.

São exemplos sempre repetidos: você não pode usar o artigo em outro lugar que não seja anteposto ao substantivo a que ele se refere (* Poeta o é famoso); não pode usar uma preposição depois do termo regido (*Nós gostamos muito sorvete de.) .

Um exemplo a mais: no português, é obrigatória alguma marca de plural, para fazer a concordância de número. Essa marca pode variar, conforme os usos dos grupos sociais. 

Um grupo diz:

Os meninos doentes choravam sem parar.  


Outro grupo fala:



Os menino (ou minino) doente chorava sem parar (ou pará).


Mesmo com sotaques diferentes, que ocorrem tanto na primeira quanto na segunda frase, os dois grupos serão entendidos por todos, uma vez que estão usando o mesmo sistema da língua. Mas, se não houvesse marca alguma de plural, em qualquer das falas, os interlocutores não entenderiam o real significado da frase: o de que eram pelo menos dois meninos doentes e chorando sem parar.

Então, a língua tem regularidades, um sistema a ser seguido. Mas, como é um sistema aberto, a língua oferece inúmeras possibilidades de variação de uso, que criam, junto com o contexto, interações sempre novas e irrepetíveis.


As variedades linguísticas corroboram a ideia de dinamismo da língua: de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas, a língua sofre variações que melhor se adaptam às necessidades de determinado grupo. Entre os tipos de variações linguísticas estão os dialetos e registros, fenômenos que comprovam na prática que não existe um modelo linguístico a ser seguido na modalidade oral. Mas o que são dialetos e registros?




As variações da língua são de duas ordens:

1- As variantes comuns a um grupo, chamadas DIALETOS;
  •  DIALETO é a variedade de uma língua própria de uma região ou território. Devem ser consideradas também as diferenças linguísticas originadas em virtude da idade dos falantes, sexo, classes ou grupos sociais e da própria evolução histórica da língua: pessoas que se identificam e utilizam uma linguagem mais ou menos comum, com vocabulário, expressões e gírias próprias do grupo. As diferenças regionais, no que diz respeito ao vocabulário, são exemplos de variação territorial. É caso, por exemplo, da raiz que em determinadas regiões é conhecida como “mandioca”, mas que em outras áreas recebe o nome de “aipim” ou “macaxeira”. 

2- As variantes do uso de cada sujeito, na situação concreta de interação, chamadas REGISTROS.

          De maneira geral podemos distinguir dois tipos de REGISTRO da língua:
  • O padrão COLOQUIAL: emprego das estruturas da língua de forma espontânea e funcional. utiliza-se em contextos informais, íntimos e familiares que permitem maior liberdade de expressão. Esse padrão mais informal também é encontrado em propagandas de televisão ou de rádio, etc. 
               Ex. Bate-papo com os pais, amigos e professores.
  • O padrão CULTO: emprego das estruturas da língua de forma mais cuidada e tradicional. utiliza-se em situações que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o interlocutor. Caracteriza-se pela conformidade ao conjunto de regras da GRAMÁTICA NORMATIVA.
               Ex. Apresentação de relatório à direção de empresa, defesa de tese em ambiente acadêmico.





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Para esta aula escolhemos um texto do jurista Walter Ceneviva, que, tendo por base o novo código civil, comenta a discriminação contra a mulher.

OBJETIVOS:
  • Perceber a interdependência entre sociedade, cultura e língua.
  • Perceber que as mudanças na cultura dependem de fatores temporais e espaciais.

Quando você conversa com pessoas bem mais velhas, percebe que elas têm um modo de pensar diferente do seu, não é? O mesmo acontece quando você tem informações sobre como vivem pessoas que nasceram e moram e países distantes, com costumes diversos dos nossos. Essas diferenças dependem da cultura, isto é, o conjunto de formas de dizer, pensar e sentir de uma pessoa ou de uma sociedade.
 Guarde duas idéias importantes:
1. A cultura muda no decorrer do tempo e depende do lugar: é uma construção social e histórica;
2. A língua é um dos elementos que expressam fortemente a cultura e que contribuem para transformá-la.
Portanto, sociedade, cultura e língua interferem continuamente uma na outra.
    Você vai ler um texto, publicado pouco antes do novo Código Civil, que é um exemplo do que afirmamos.
Sabe o que é o Código Civil? É um conjunto de leis que se referem às pessoas e às atividades essenciais que fazem parte da sociedade humana. O Código Civil inclui todas as normas consagradas ao longo do tempo, podendo, no entanto, modificá-las para se adequarem à mudança dos costumes e às necessidades sociais. O Código Civil seria uma espécie de “Constituição do Homem Comum”.


O Código Civil de 1916, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 1917,

privilegiou claramente o masculino, como era uso ao seu tempo. O pai era o chefe da

sociedade conjugal, a mulher casada era relativamente incapaz, a gerência e a admi-

nistração dos bens eram do marido e havia longuíssima enumeração dos requisitos do

dote, constituído pela noiva, por seus pais ou por estranhos, a ser administrado exclu-

sivamente pelo marido. O dote poderia compreender todos os bens da noiva na data

do casamento e os que ela, no futuro, viesse a adquirir. (...)

Algumas discriminações foram desaparecendo ao longo do tempo, como aconte-

ceu com a chefia absoluta da sociedade conjugal, extinta em 1962. As discrimina-

ções sociais resistiram muito para desaparecer. A mulher preferia suportar os defeitos
do esposo a deixá-lo, pois era ela quem quase sempre pagava pelo peso social de ser,
como se dizia, “largada do marido”.

O preconceito, porém, não terminava aí. A palavra  homem foi tomada na lei

brasileira durante grande parte do século 20 como significando a pessoa titular de

direitos, enfim, o ser humano. A rigor, continuará a existir até o fim deste ano, quando

terminará a vigência do código de 1916, cujo artigo 2º diz: “Todo homem é capaz de

direitos e obrigações na ordem civil.” (...)

As mudanças que começarão a viger em 1º de janeiro próximo eliminaram ex-

pressões impróprias e discriminadoras. Assim, o artigo 1º passará a dizer que “toda

pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. O critério para a capacidade

civil é o mesmo para homens e mulheres.(...)

 O novo artigo 1565 dirá tudo a respeito da igualdade no casamento. O homem e
a mulher serão “consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família”.
Nem mesmo substituirá a tradicionalíssima imposição de a mulher adotar o nome de
família do marido ou, no máximo, manter o nome de solteira. A contar do ano que
vem, qualquer dos noivos, querendo, poderá acrescer o sobrenome do outro ao seu.
Seja o dele, seja o dela.
(...)

Ceneviva, Walter. “Código Civil amenizará diferenças de sexo”.

Folha de S. Paulo, Cad. Cotidiano, seção Letras Jurídicas, 17/08/2002, p. 2

Atividade 1

 Antes de procurar entender o texto, preste atenção à informação que vem imediatamente após ele: quem o escreveu, título, qual é o suporte (livro, revista, jornal, folheto,  site, etc.), seção e data de publicação.

a) Qual é o título do texto?

b) O novo Código Civil entrou em vigor em 1º de janeiro de 2003, portanto, o fato já aconteceu. Por que então o verbo do título está no futuro?
c) Em que tipo de suporte o artigo foi publicado?

d) A que área do conhecimento o texto pertence?
e) Qual é o dialeto usado pelo autor? Por que ele é adequado?

Atividade 2

O texto refere-se à discriminação no Código Civil. De que tipo?

Atividade 3
Como a linguagem do Código Civil de 1916 exprimia tal  preconceito?


Atividade 4

De 1916 para cá, o modo de entender o papel da mulher na sociedade mudou. Encontre no texto um exemplo de que a língua acompanha a mudança de costumes.

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A ADEQUAÇÃO

Como o ato comunicativo efetivo (enunciação) é muito complexo, os conceitos de CERTO ou ERRADO ficam muito superficiais. É necessário considerar um novo conceito: a ADEQUAÇÃO. Um enunciado pode ser considerado ADEQUADO quando é apropriado aos elementos presentes no processo de comunicação.


O uso que cada indivíduo faz da língua depende de várias circunstâncias: 

  • Do que vai ser falado (assunto)
  • Do meio utilizado (canal)
  • Do contexto (ambiente espaço-temporal)
  • Do nível social e cultural de quem fala
  • De quem é o interlocutor (a pessoa com quem se etá falando)
A linguagem do texto deve estar adequada à situação, ao interlocutor e à intencionalidade do falante.

Seria, por exemplo inadequado um professor universitário fazer uma palestra para alunos do 1º ao 5º ano usando palavras eruditas, pois não seria entendido.



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ESCRITA E ORALIDADE

     O Processo de comunicação num enunciado pode efetivar-se de forma ORAL ou ESCRITA. Portanto, distinguimos duas modalidades para a interação social pela linguagem: a falada e a escrita.
 - Tanto na história da humanidade como em nossa história individual, primeiro falamos, depois escrevemos. E mais: a modalidade falada é adquirida naturalmente, enquanto a escrita é aprendida. Na fala, o significante é sonoro (conjunto de sons - fonemas - que representam uma ideia); na escrita, é gráfico ( conjuntos de letras, representações gráficas dos sons da língua).

As modalidades falada e escrita têm  características particulares na produção do enunciado, o que permite reconhecer marcas da escrita e marcas da oralidade.


Porém, essas características diferenciais são extremas, podendo existir acomodações de acordo com o tipo de gênero textual que se está produzindo, e ainda, o registro empregado (coloquial ou padrão culto) na situação real de produção. 

Assim, podemos ter um texto falado de alta complexidade de planejamento e no registro do padrão culto em situações como a apresentação de um trabalho acadêmico, ou um texto falado planejado e no registro do padrão culto em situações como a de uma aula, ou ainda um texto falado pouco planejado e no registro coloquial em situações como uma conversa com um amigo.

Conhecendo as marcas de cada modalidade, podemos avançar um pouco mais: nem todo texto falado pertence à modalidade falada e nem todo texto escrito pertence à modalidade escrita.

Vejamos os exemplos abaixo:

  • O texto falado por um apresentador de telejornal é, via de regra, um texto que pertence a modalidade ESCRITA: é previamente planejado, contínuo, apresenta estruturas sintáticas elaboradas; em outras palavras: tem TODAS as marcas da escrita e NENHUMA marca da oralidade (na verdade o texto é previamente escrito e lido, no ar, pelos apresentadores);

  • Fala do professor Alfredo Bosi numa mesa-redonda sobre a obra de Machado de Assis, reproduzida em livro (Machado de Assis. Ática, 1982): 
"Não sei se devo fazer a pergunta que eu tinha preparado, porque acho que, do que foi dito aqui, muitas coisas ficaram em aberto, poderiam ser aprofundadas. Em todo caso vou fazer essa pergunta e vocês responderão se quiserem, ou, se preferirem, poderão voltar às coisas que ficaram em suspenso nas intervenções anteriores".

Apesar de chegar ao leitor na forma escrita, trata-se evidentemente de um texto da modalidade falada, com suas marcas características.
  • Fragmento do romance Amar, verbo intransitivo,  de Mário de Andrade, em que temos duas situações distintas: o texto do narrado com marcas da modalidade escrita e as falas de personagens com marcas da oralidade:
"Esperou. D. Laura mal respirava muito nervosa, não sabendo principiar.
  - É por causa do Carlos...
  - Ah...sente-se."






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EXERCÍCIOS: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Após os estudos realizados sobre o tema: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, os alunos deverão ser capazes de resolver as seguintes questões:

- Explique com suas palavras:

1)     Mudanças evidenciadas na Língua Materna:
·        O tempo:
·        O espaço:
·        Influências estrangeiras:
·        Classes sociais:
·        Grupos profissionais:
·        Faixa etária: - jovens (gíria); - idosos
·        Sexo:

2)     O que é LÍNGUA?

3)     O que é NORMA?

4)     O que é NORMA CULTA?

5)     Sob o ponto de vista linguístico a NORMA CULTA é considerada superior às outras normas?

6)     Pesquise sobre os tipos de NORMAS abaixo e depois comente sobre elas.

·        Norma de modalidade – reflete as duas modalidades da linguagem: ORAL e ESCRITA;
·        Norma de situação – formal e informal;
·        Norma de discurso – literário, político, jurídico.

7)     O que é DIALETO?
8)     O que é REGISTRO?

RESPOSTAS

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PRODUÇÃO TEXTUAL

Produza um texto para cada situação comunicativa (situação de enunciação), observando os elementos do processo de comunicação.

a) Assunto: o sucesso da festa junina da escola

Código: a língua portuguesa

Canal (meio utilizado): jornal da escola

Ambiente: informal

Participantes: de um aluno da escola para os leitores do jornal (alunos, professores, pais, etc.)


b)
Assunto: ida à festa de 15 anos do próximo fim de semana

Código: a língua portuguesa

Canal (meio utilizado): correio eletrônico

Ambiente: informal

Participantes: de um amigo para outro



c) Assunto: orçamento para festa de formatura

Código: a língua portuguesa

Canal (meio utilizado): correio postal

Ambiente: formal

Participantes: do representante da turma para o dono da firma de eventos




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EXERCÍCIOS 

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